Blitz educativa marca retomada do programa ambiental contra a Dengue, desenvolvido pelo Codanorte e a FUNASA, e que vai percorrer 18 municípios da região
22 de fevereiro de 2022
Blitz educativa marca retomada do programa ambiental contra a Dengue, desenvolvido pelo Codanorte e a FUNASA, e que vai percorrer 18 municípios da região
O Consórcio Intermunicipal Multifinalitario de Desenvolvimento Ambiental Sustentável do Norte de Minas (Codanorte) – CODANORTE vem promovendo ações de apoio na melhoria da gestão pública trazendo uma estrutura plural, profissionalizada, inclusiva e responsabilidade social. Atualmente conta com mais de 60 municípios e traz como diretriz a valorização do ser humano, do meio ambiente e da qualidade de vida primando pela excelência na qualidade dos serviços ofertados.
É o primeiro ente no formato Consórcio Público a firmar um importante convênio com a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) para desenvolver a Educação em Saúde Ambiental em 18 municípios da Região Norte Mineira. A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no Brasil e o controle dessa doença está baseado na cadeia de transmissão do Aedes aegypti, seu principal vetor e também transmissor de outras virulências como zika, chicungunya e febre amarela.
Para marcar o início da programação que engloba palestras, minicursos, oficinas e whorkshops, será realizada nesta terça-feira (14), a partir das 15h, uma blitz educativa, em frente a sede do Codanorte, na Rua Tupis, n⁰ 437, bairro Melo.
Como explica a coordenadora de projetos do Codanorte, Soraya Otoni, o objetivo das ações é mobilizar e sensibilizar a sociedade e suas representações para a adoção de condutas e práticas para o enfrentamento do vetor Aedes aegypti e uma perspectiva da redução de casos de morbimortalidade com impactos na saúde.
“A luta contra esse inseto extremamente adaptado é muito complexa e exige ações coordenadas de múltiplos setores. Para prevenir e controlar a doença, diversos programas de controle das arboviroses são executadas anualmente, porém, é preciso reconhecer que além da participação ativa desses setores, é preciso fortalecer a relação entre a sociedade e as esferas administrativas numa proposta coletiva, participativa e efetiva, que vai além da limpeza urbana, saneamento, vigilância sanitária e epidemiológica: é aqui que entra a ‘Educação em Saúde Ambiental’”, disse.
O programa tem como tema: “Mosquito vilão, aqui não”, e o lema: “Palmas pra quem sabe combater”. Uma Equipe Itinerante composta por profissionais multidisciplinares devidamente treinados irão percorrer os 18 municípios eleitos ao pleito e promover o programa por meio de uma proposta que tem por meta implementar ações de Educação em Saúde Ambiental como estratégia de enfrentamento ao Aedes aegypti.
Está dividida em 10 etapas com mais de 100 eventos previstos, são elas: 18 Fóruns de Integração que tem a proposta de capacitar gestores multiplicadores (Saúde, Educação, Meio Ambiente); 18 Palestras Educacionais levando informações básicas no combate à proliferação do vetor; 36 Minicursos nas escolas com atividades didático-pedagógicas (concursos, teatros, murais, campanhas); três Workshops para manutenção cíclica das ações do projeto; 18 Oficinas de Artesanato com reaproveitamento de materiais encontrados no lixo considerados “reduto das larvas” (garrafas de vidro, embalagens diversas) ofertando, inclusive, renda alternativa para a população vulnerável; 18 mutirões com ações globais (passeatas, blitz educativas e distribuição de materiais).
O secretário-executivo do Codanorte, Enilson Francisco, ressalta que a região apresenta condições favoráveis para a proliferação do vetor e, infelizmente, os métodos empregados apresentam baixa participação da comunidade demonstrando serem incapazes de conter um vetor com altíssima capacidade de adaptação e que, a cada ciclo de três anos, apresentam surtos epidêmicos com altas taxas de morbimortalidade. “Um dos resultados esperados é estimular as mudanças de hábitos insalubres para a saúde ambiental e entender que essas mudanças são fundamentais para a redução dos casos (pilar do convênio)”, destacou.
O presidente do Codanorte, Eduardo Rabelo, aponta que outro importante resultado é a economia que o convênio firmado pode gerar: “São 18 municípios que tem uma população estimada em mais de 700 mil habitantes. O repasse tem um valor global de, apenas, R$ 424.091,12. Se cada município tivesse que contratar sua própria equipe multidisciplinar para promover todos os eventos educacionais que serão realizados em cada cidade, incluindo a aquisição de todos os materiais didáticos e de apoio nas ações previstas, o valor global do investimento que a FUNASA teria que fazer ultrapassaria a marca de 1,8 milhões de reais, em média”, avaliou.
Em meio à pandemia de Covid-19, a dengue é uma preocupação evidente para o ano de 2022. O número de casos disparou em Minas. Em menos de 15 dias, o total de doentes triplicou. O pico da enfermidade, no entanto, pode não ter sido atingido, uma vez que o período severo de chuvas intensas ainda não terminou. “O momento é de alerta. Com dois vírus circulando ao mesmo tempo, o sistema de saúde pode ficar sobrecarregado mais uma vez. Que o CODANORTE, como consórcio pioneiro, possa ser referência em projetos vindouros e que mais municípios possam ser contemplados com serviços de qualidade na área da educação em saúde ambiental”, finalizou Soraya.
Fiscalização
O educador ambiental em saúde da FUNASA, Roberto Carlos da Silva, é responsável por fazer a fiscalização técnica do convênio firmado entre a Funasa e o Codanorte. “Nosso papel é de acompanhar essas ações que serão executadas em 18 municípios do Norte de Minas que tiveram o índice de infestação predialmais alto. Ele é um convênio de 2017, que foi paralisado por conta da pandemia do Covid-19 e agora será retomado. A ideia é que ao final da execução desse projeto, esses índices de infestação diminuam. Todos sabemos que vivemos uma situação atípica, foi um momento de muitas chuvas, muitas enchentes, e isso favoreceu ainda mais a proliferação do Aedes aegypti, transmissores dessas arboviroses”.
As expectativas, segundo Roberto, são as melhores possíveis.
“Esse convênio é de fundamental importância para auxiliar esses municípios na execução do projeto. Esperamos que esses 80% das ações que ainda faltam ser realizadas sejam desenvolvidas nesse ano de 2022. Além das palestras e whorkshops, também será feito o Dia D em cada município participante. Com isso, toda a comunidade será levada a participar, colocando para fora aqueles recipientes que possam acumular água e que sejam eliminados. A Funasa coloca todas as suas fichas nesse projeto, tendo em vista a sua abrangência. O Codanorte possui uma equipe muito capacitada e isso vai favorecer a execução dessas ações junto aos municípios que serão contemplados. Conclamamos os municípios para participarem da melhor maneira possível”, ressaltou.
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